terça-feira, 28 de abril de 2009

Percepção

Não gosto de levantar-me cedo, mas é mais por apêgo ao sono que por evitação da manhã, confesso. Mas minhas escolhas me impõem agenda (ou seria o contrário?) que me força a abandonar os braços de Morfeu no auge da satisfação.

Então, gostando pouco da matina, me escondo em passos silenciosos e lentes negras, deixando meu cheiro de banho espargido pela rota.

Vou reparando coisinhas...

Me pego rindo por ver um gato manhoso que me acompanha interesseiro... Passarinhos nada exóticos fazem bagunça acima da minha cabeça... e num mau humor sonolento pensei que podiam me sujar... ri de novo... só algumas folhas caíram, colorindo o cinza de verde.

Abandonando o cinza de vez, ouço a sola roçar grama cantante pelo caminho.

Fui olhando pra frente. Vi meus braços se alternarem numa brincadeira de balanço que os cabelos, sem serem convidados, insistiam em participar.

Quase fechei os olhos.

Como se fosse velho conhecido, um vento passa suave por mim sem contar de onde veio e nem pra onde vai... toca, envolve e deixa...

Olhei pra cima. O céu azul gelado presta-se de fundo para flores, dragões e pipoca dançarem mudando nuvens em garatuja infantil. Achei graça...

E de riso em riso, o sono foi embora.

E a mente desperta vê estampada no banal ideologia. Atraca razão e coerência na maré de amenidades e singeleza.

E notar, na lenta dinâmica dos sentidos, que não é preciso tanto mais pra que o dia seja especial é presentear-se com a oportunidade de conceber o óbvio: o dia está só começando!!

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